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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Fichamento "A importância do ato de ler"

TOMAZI, Nelson D. Fundamentos do Trabalho acadêmico: Elementos para orientar a leitura e a escrita. Cascavel: Coluna do saber, 2005.

Ao se iniciar qualquer texto, é importante que o leitor possua algumas informações básicas:

Qual o objetivo do autor ao escrever o texto?
Quando ele escreveu o texto?
Ele está discutindo com alguém?
Para quem ele escreve o texto?

Obs: Estes elementos normalmente podem ser obtidos no título do livro, na orelha, no prefácio, na introdução e nos comentários sobre o texto.

2- Registros de leitura
Segundo os autores “os registros constituem            parte indispensável para uma eficiente e proveitosa leitura acadêmica. Os registros são necessários, pois alem de fazerem parte da documentação pessoal de cada um, evitam quês se percam as reflexões e interpretações realizadas neste momento. Existem diversas modalidades de registros de leituras, mas nenhuma é uma ‘receita pronta’. Todos devem ser adaptados ao nosso estilo pessoal e objetivo de pesquisa” (TOMAZI, 2005, p.65).

2.1- Fichamento
É um dos instrumentos para o cultivo da imaginação científica. Fichar um texto significa registrar a leitura. Este registro serve para que o pesquisador possa ter uma base de reflexão sobre o texto que esteja além da simples memorização da leitura.

 2.1.1- Tipos de registros que devem ser feitos no Fichamento

Basicamente três tipos de informação: as idéias do autor que se está lendo; comentários seus sobre o que está lendo; e outras notas de referencia sobre o texto.
                                        
O Fichamento deve começar sempre com as notas de referência sobre o texto: nome do autor, título completo da obra, editora, local e ano de publicação. 

2.1.1.1- Registro simples das idéias do autor

As idéias seguem a mesma ordem que aparecem no texto (preferencialmente com a referência a página de onde foi extraída a informação).
Tem como objetivo registrar dados, informações e idéias contidas no texto e não exatamente a lógica de construção do raciocínio do autor. Ou melhor, reproduzir de forma resumida e esquemática a seqüência de argumentos do autor.

2.1.1.2 Hierarquia das idéias do autor
Quando a intenção for reconstruir a lógica de raciocínio de um autor, o registro não aparece na mesma ordem em que está no texto.                                     

Este tipo de fichamento separa três modalidades de informação
premissa “é a idéia inicial. È desta idéia que o autor parte para fazer a sua análise. Freqüentemente a premissa parte de uma dúvida, uma interrogação que o autor se propõe responder através do texto. A resposta que o autor propõe para o problema é a explicação, a idéia principal que ele vai defender (sustentar) ao longo do texto” (TOMAZI, 2005, p.69).

Os argumentos são as afirmações que sustentam determinadas premissas. As afirmações se encontram fundamentadas em dados, testemunhos, exemplos, ilustrações ou em explicações teóricas (outras premissas), que por sua vez assenta-se em outros argumentos e assim por diante. No caso de dúvidas propostas, os argumentos constituem as evidências, as pistas ou mesmo provas em base das quais o autor sustenta suas conclusões, ou seja, as respostas dadas à interrogação.

conclusão é o resultado final a que chega o autor a partir da exposição dos seus argumentos. Geralmente a conclusão é uma explicação que reforça a premissa, e que se pretende válida porque está ancorada nos argumentos enumerados anteriormente.

2.1.2- Como testar a consistência dos registros feitos

A partir do fichamento algumas questões estão claras como: “qual é a questão principal tratada no texto? E as secundárias? Qual é a idéia defendida pelo autor acerca da questão tratada? Quais são os argumentos utilizados para defender esta idéia? Estes argumentos são de que tipo (dados numéricos; depoimentos de entrevistas; idéias de outros autores; valores; informações históricas; questões éticas e morais...)? Afinal qual é a conclusão do autor sobre a questão tratada? O autor considera a conclusão válida universalmente ou considera a sua validade apenas para certas condições limitadas?” (TOMAZI, 2005, p.70).

Sobre a questão tratada pelo autor no texto
“a questão tratada está adequadamente formulada e justificada? Ou será que a pergunta principal poderia ser colocada da outra forma? O autor lhe convenceu que está é uma questão importante e que merece ser tratada? Por que? Ou trata-se de uma falsa questão, apenas aparentemente importante?” (TOMAZI, 2005, p.70).

Sobre a idéia principal defendida pelo autor
“a posição do autor sobre a questão tratada está clara? A idéia principal do autor responde ao problema proposto? Você concorda com a explicação que o autor propõe para a questão tratada? Quais seriam outras respostas possíveis para a mesma questão?” (TOMAZI, 2005, p.71).

Sobre os argumentos utilizados no texto
“os argumentos são diversificados ou repetem-se ao longo do texto? As fontes dos argumentos resultam de pesquisa? As fontes dos dados apresentados são confiáveis? O autor utiliza valores para defender suas idéias? Quais as relações que existem entre os argumentos? Os argumentos reforçam-se uns aos outros?” (TOMAZI, 2005, p.71).

Sobre as conclusões do autor no texto
“as conclusões apresentadas são coerentes com os argumentos? Esta conclusão seria válida também para outras situações? Os argumentos apresentados também permitiriam chegar a outras conclusões? A conclusão resolve totalmente ou parcialmente a questão tratada? Qual seria a sua conclusão, a partir dos argumentos apresentados?” (TOMAZI, 2005, p.71).

2.2- Resumo
É uma apresentação sintética das idéias centrais de um artigo ou de um livro; é um cartão de apresentação de uma determinada obra, é a apresentação sintética, breve, clara e fiel das idéias do autor. Um bom resumo é uma combinação de narrativa sintética e de condensação do conteúdo do uma obra.

2.2.1- O que deve conter um resumo

Objetivo do texto “qual a principal tese do texto, porque o autor resolveu escrever este texto, qual é o seu objetivo principal, o que ele queria provar com a publicação do texto? Informações já contidas no titulo não devem ser repetidas no resumo” (TOMAZI, 2005, p.84).

Principal argumento “qual o principal argumento que o autor utiliza e baseado em que informações, dados ou teorias ele pretende provar aquilo a que ele se propôs?” (TOMAZI, 2005, p.84).

Outros argumentos secundários “quais são os outros argumentos e a relação entre eles, vem como entre estes e o argumento principal. Alerta-se que um resumo é composto de frases concisas e não de um esquema de tópicos” (TOMAZI, 2005, p.84).

Método “como o autor fez para obter as informações ou dados para construir o seu argumento? Como organizou o seu pensamento no texto?” (TOMAZI, 2005, p.84).

Conclusão que conclusão chegou o autor.

2.3- Resenha
“é também um tipo de resumo de um texto. É um resumo acompanhado de uma interpretação crítica do texto. [...] O leitor da resenha terá informações sobre o livro (os principais argumentos e conclusões do autor do livro) e também conhecerá as opiniões de resenhista sobre o livro (um comentário crítico que procurará destacar a relevância do texto para um determinado assunto ou procurará apontar as suas deficiências)” (TOMAZI, 2005, p.88).
















Um comentário:

  1. Antonio Campos de Lima disse...
    Agradeço aos meus alunos, Igor e Francisco, do primeiro ano A de Filosofia, do colégio Zulmira, pela indicação de como criar marcadores. Marcadores que possibilitaram postar o slides sobre a "importância do ato de ler" e que possibilitarão que outras postagens estejam disponíveis aos alunos do Colégio Zulmira. Então espero que aproveitem as pesquisas. Boa leitura.
    6 de setembro de 2010 17:10

    Moderador Igor :) disse...
    Por nada Professor!
    Precisando estamo sempre ao dispor!
    Estou lendo aqui!
    Muito Bom!
    6 de setembro de 2010 21:16

    Antonio Campos de Lima disse...
    Igor me disponho também para ajudá-lo sobre os materiais postados, qualquer dúvida é só perguntar. Ainda mais sobre esse Fichamento que não terminamos de explicá-lo. Mas parabenizo-o pelo seu interesse de ler, já que leitura para Paulo Freire é a expressão da inquietação dos que não se contentam e não se conformam com a mesmice e com a chatice. Além disso, é a ânsia de alguém que quer saber mais sobre o mundo em que vive, que quer perceber cada vez mais o contexto do qual está inserido.
    7 de setembro de 2010 00:13

    Moderador Igor :) disse...
    Sabe professor esses dias eu vi uma frase ela é assim: Estude como se fosse viver pra sempre, viva como se fosse morrer amanhã.
    Estudar nem sempre é aquela coisa chata, depende muito do que é!
    7 de setembro de 2010 19:30

    Antonio Campos de Lima disse...
    Caro Igor essa frase - Estude como se fosse viver para sempre, viva como se fosse morrer amanhã - pode ir ao encontro do que Paulo Freire diz sobre o ato de ler. Ler não é simplesmente decodificação de palavras é ir da palavra ao mundo do mundo a palavra, isto é, a leitura do mundo antecede a leitura da palavra. Isto quer dizer que lemos um texto somando ou contrapondo nosso conhecimento preliminar ao conhecimento transmitido pelas palavras. Neste diálogo entre nossas experiências com o conhecimento transmitido pelas palavras, ampliamos nosso conhecimento. O conhecimento transmitido pelas palavras começa a ganhar significado para nós, justamente porque há esse diálogo entre a experiência do leitor e do autor do texto. Nesta dialética com o conhecimento transmitido pelas palavras resultam novas formas de perceber o mundo. Com efeito, o leitor olha novamente para o seu mundo e percebe que pode recriá-lo e transformá-lo diferentemente do qual não deseja mais. Então, conseguir ver o mundo diferente diariamente, através desta dialética, acredito que já se esta estudando como se fosse viver para sempre. E escolher esta atitude também me parece viver como se hoje fosse o último dia. Finalmente, concordo com você que “estudar nem sempre é aquela coisa chata”, já que “depende muito do que é!” e, complemento dizendo que estudar ou ler é divertido quando não é apenas leitura de palavras vazias e desagregadas de seu contexto, mas quando a vinculamos a realidade; quando damos vida às palavras na nossa relação com o mundo; quando fazemos as palavras sangrarem ao entrar em contato conosco. Assim, as palavras ao jorrarem sangue podem fertilizar e esculpir a terra.
    8 de setembro de 2010 03:41

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